Registo de um aumento de 30 por cento nos últimos meses
O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco, Elicídio Bilé, assegurou que «há fome» na região de Portalegre e que o número de atendimentos aumentou «cerca de 30 por cento», nos últimos meses.
«Tem aumentado o número de pessoas que está em grave situação de carência económica e até ao nível da sua própria sobrevivência», frisou à Agência Lusa o responsável.
Na região de Portalegre, continuou, é «nítido» que «há pessoas que só têm duas a três refeições quentes por semana». «Há fome no distrito de Portalegre», afirmou, relatando que a crise económica está também a ser sentida em Castelo Branco de forma «grave». Mas é em Portalegre que o drama é «superior».
A Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco apoia, em regime de acompanhamento e «só em Portalegre», mais de «410 famílias», mas, nos últimos meses, o número de atendimentos aumentou cerca de «30 por cento», disse Elicídio Bilé, citado pela agência Lusa.
«Só em Portalegre, a Cáritas apoia mais de 410 famílias em regime de acompanhamento, mas os atendimentos são superiores, pois, nos últimos meses, houve uma subida acentuada, na ordem dos 30 por cento, em comparação com o ano de 2011», explicou.
Em muitos dos casos apresentados, segundo o responsável, o aumento nos atendimentos deve-se ao facto de existirem muitas pessoas que deixaram de receber o subsídio de desemprego.
A instituição tem também identificado vários casos de pobreza envergonhada, em que as famílias viviam com muitas dificuldades, mas não eram capazes de se expor.
O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco considerou que o número de casos de pobreza tem vindo a aumentar devido ao «sucessivo encerramento» de pequenas empresas na área do comércio e da restauração.
Com o aumento dos pedidos de ajuda, a instituição tem também tido algumas dificuldades em dar respostas, tendo formado, recentemente, um grupo de «amigos» da Cáritas para responder às diversas solicitações.
Este grupo tem tentado responder, principalmente, junto das famílias de Portalegre que contam com crianças no seu agregado familiar.
Argumentando que a crise «parou» a economia naquela região alentejana, Elicidio Bilé indicou que a Cáritas tem no terreno um departamento de apoio ao emprego e grupos de ação social em cada paróquia para tentar dar resposta às situações mais urgentes.
Fonte: TVI24
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