BEM VINDO À ASSOCIAÇÃO NOVA ESPERANÇA

BEM VINDO À NOVA ESPERANÇA

A "Associação de Leigos Nova Esperança" é uma expressão pastoral da Paróquia da Baixa da Banheira. A força de acção que lhe dá vida é totalmente voluntária. Os seus elementos, de diferentes faixas etárias, com variadas categorias profissionais, completam o puzzle do "amor ao próximo" no encontro com múltiplas situações sociais, de dor humana, marginalidade, pobreza, desemprego, toxicodependência, de falta de habitação e de bens essenciais à vida.
O encontro dos elementos desta Associação com aqueles que nos batem à porta, acontece num clima de vida, de uma nova esperança, de dignidade, tendo como pano de fundo o olhar terno e meigo de Deus.


A ESQUERDA E A DIREITA DO BIFE


A presidente do Banco Alimentar é uma cidadã implicada na solidariedade para com os mais desfavorecidos que não precisa de fazer novas provas dessa sua cidadania por efeito das opiniões de alguns iluminados, cuja missão à face da Terra é desconfiar de tudo e de todos. Que foi o que, ao longo desta semana, tentaram fazer com Isabel Jonet. Ou seja: colocá-la sob a suspeição de, por detrás da obra, poder estar a defender a austeridade. Porquê? Por ser ela, a austeridade, que, no fim de contas, alimentaria a pobreza. Tamanha reação - que ameaça a próxima recolha de alimentos - por Isabel Jonet ter dito que a crise convida a rever consumos, designadamente os de bife! Disse-o de um modo básico? Sim. Mas isso vale uma campanha que pode prejudicar os mais necessitados? Não!
Os detratores de Isabel Jonet acabam por caber na história do cidadão muito consciente e muito politizado que recusa sempre dar esmola aos pobres para não desresponsabilizar o Governo e o Estado das suas obrigações constitucionais. Em contrapartida, este é o mesmo tipo de cidadão que dá sempre gorjeta aos arrumadores com medo de que lhe risquem o automóvel.
A tendência para julgamentos precipitados, segundo ordens morais que são apenas de cada um e não da ética adotada pela sociedade, é um dos truques mais usados pelos iluminados para fazerem passar as suas ideias - e, em casos mais egocêntricos, as suas taras - como sendo as ideias que decorrem das leis e normas de comportamentos da boa ordem republicana. Quase sempre, deitando a mão ao Estado sob a forma de abstração benigna por natureza. Religiosa, por assim dizer.
É verdade que, conforme é notícia nesta edição do JN, não há volta a dar ao real: há mesmo relação entre o empobrecimento de muitos portugueses e o facto de estarmos a comer menos bife. E não é menos verdade que se comemos menos bife e os nossos pescadores atiram fora o produto da faina por não obedecer às normas da União Europeia, estamos perante uma austeridade esquizofrénica, que nem sequer respeita os termos de uma economia de guerra: vão-se os anéis, que fiquem os dedos. Ou não?!
Nada disto, porém, deveria impedir que a discussão sobre o consumismo se fizesse. Por dois motivos: para passarmos melhor por este tempo de penúria e para dar mais saúde aos nossos netos.
Ainda esta semana vi, em imagens televisivas, servirem tripas numa das cantinas improvisadas que enxameiam o Norte. E dei comigo a pensar que ficariam bem melhor alimentados aqueles pobres com produtos de outro tipo, designadamente fruta, laticínios e peixe. E como todos viveríamos com melhor saúde se soubéssemos como rejeitar a "fast food" e voltar à nossa tradicional dieta mediterrânica. Que as multinacionais da alimentação destruíram.

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